Gálatas

Autor Paulo (e irmãos companheiros)

Historicamente Gálatas desfruta de uma aceitação plena de sua autoria paulina. Internamente, o autor duas vezes se identifica como Paulo (1.1; 5.2) e apresenta-se como o fundador das igrejas (4.19-20), e alguém que tinha uma enfermidade física (4.13). Isto põe a autoria paulina além de qualquer questionamento.

Data 49 d.C.

Verso  “Gálatas proclama liberdade do pecado – pela graça, nunca lei, como outros têm pensado!”

Versículos chave 5.1; 2.20-21

Propósito Levar os cristãos gálatas de volta ao desfrute total da sua liberdade ao reivindicar a origem e autoridade divina para o evangelho da graça, denunciando o cristianismo judaizado como um evangelho falso, e encorajando santidade e amor induzidos pelo Espírito.

Mensagem A verdade do evangelho da graça estabelece os crentes na liberdade para viver em amor pelo poder do Espírito.

Contribuição para o Cânon (Porque este livro está na Bíblia?)

  • Defende o verdadeiro evangelho e a salvação pela graça, não pela lei ou boas obras.
  • Tem sido instrumento na história da Igreja (tanto no 1º século quanto nos últimos) para libertar a fé cristã do judaísmo e do catolicismo.

Esboço

  1. Vindicação pessoal (1-2)
    1. Introdução (1.1-5)
    2. Advertências contra “outros” evangelhos (1.6-10)
    3. Defesa da sua autoridade e mensagem (1.11-2.21)
      1. Revelação divina (1.11-24)
      2. Aprovação apostólica (2.1-10)
      3. Reprovação de Pedro (2.11-21)
  2. Vindicação doutrinária (3-4)
  3. Aplicações práticas (5-6)
    1. O uso correto da liberdade (5.1-15)
    2. As obras da carne e o fruto do Espírito (5.16-26)
    3. Relações dentro da família da fé (6.1-10)
  4. Conclusão (6.11-18)

Pontos notáveis

  • Esta é a única carta dirigida a um grupo de igrejas. “Às igrejas da Galácia” é, muito provavelmente, uma referência à parte sul da província.
  • Gálatas e Romanos têm muitos temas teológicos em comum: a incapacidade da lei para justificar (2.16; Rm 3.20); a morte dos cristãos para a lei (2.19; Rm 7.4); a crucificação do cristão com Cristo (2.20; Rm 6.6); a justificação de Abraão pela fé (3.6; Rm 4.3); que os cristãos são filhos espirituais de Abraão (3.7; Rm 4. 10-11) e, portanto, abençoados (3.9; Rm 4.23-24); que a lei não traz salvação, mas a ira de Deus (3.10; Rm 4.15); que o justo deve viver pela fé (3.11; Rm 1.17); a universalidade do pecado (3.22; Rm 11.32); que os cristãos são batizados espiritualmente em Cristo (3.27; Rm 6.3); a adoção dos cristãos como filhos espirituais de Deus (4.5-7; Rm 8.14-17); que o amor cumpre a lei (5.14; Rm 13.8-10); a importância do andar no Espírito (5.16; Rm 8.4); a luta da carne contra o Espírito (5.17; Rm 7.23,25); e a importância dos cristãos levarem a carga uns dos outros (6.2; Rm 15.1).
  • Esta carta foi escrita num tom severo. Não contém ações de graças e nenhuma palavra de recomendação. O erro dos gálatas era extremamente perigoso.
  • Às vezes é difícil identificar os falsos mestres. Por mais esclarecidos que sejamos, devemos sempre vigiar e estudar a Bíblia para não sermos enganados por falsas doutrinas.
  • O judaísmo foi o berço do cristianismo – e quase a sua sepultura também!
  • Gálatas mostra a diferença entre cristianismo e religião:Imagem25
  • Liberdade não é independência da lei… é independência dentro da lei – é liberdade do pecado, liberdade para amar.
  • Existe um grande conflito na vida cristã: carnalidade versus espiritualidade.Imagem26
  • 1.4 “O qual (Jesus Cristo) se entregou a Si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai.” (cf. 4.3)
  • 1.10 “Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo.”
  • 4.16 “Tornei-me, porventura, vosso inimigo, por vos dizer a verdade?”
  • Esta epístola fervorosa, nascida de uma controvérsia que ameaçava os fundamentos do cristianismo, foi escrita como uma defesa da salvação (= justificação + santificação) somente por meio da fé.

 


Bibliografia