NÚMEROS

Autor Moisés

Lugar  No deserto / Moabe

Data Entre 1445 a.C. e 1406 a.C.

Frase Chave  “Andando no Deserto”

Verso “Em Números o povo anda por não observar o que Deus manda.”

Versículos chave  14.7-9, 22, 23 (33.1, 10.9, 29)

Propósito Demonstrar à nova geração de Israel (pronta para entrar na terra prometida) as consequências da descrença e da desobediência ao Deus da Aliança e a fidelidade de Deus à mesma.

Mensagem  O estabelecimento de Israel como nação na Terra Prometida sob a autoridade de YHWH foi adiado devido à incredulidade do povo e de sua rebeldia contra os líderes designados por Deus.

Personagens em destaque
Moisés, Arão, Miriã, Josué e Calebe

Contribuição para o Cânon (Porque este livro está na Bíblia?)

  • Revela a importância de fé e obediência na vida do povo de Deus.
  • Prepara uma nova geração para entrar na terra de Canaã.
  • Ensina através de exemplos negativos (1Co 10.11).

Esboço 

  1. Esperança Viva no Monte Sinai (1-10)
    1. Organização de Israel (1-4)
    2. Santificação de Israel (5-10)
  2. Esperança Morta no Deserto (11-21)
  3. Esperança Ressuscitada nas Planícies de Moabe (22-36)
    1. Reorganização de Israel (26-30)
    2. Conquista e Divisão da Terra (31-36)

Informações Interessantes / Importantes

  • Números descreve uma jornada de 40 dias que durou 40 anos.
  • O livro da “numeração”1 é realmente o livro da “murmuração”.
  • 1200 homens morreram mensalmente durante 40 anos (40 / dia).
  • 38 anos de peregrinação praticamente ignorados na história.
  • A rebeldia contra Deus é um pecado seríssimo e tem duras consequências.
  • A falta de fé produz vidas gastas sem valor, propósito ou contribuição para o Reino.
  • A voz do povo nem sempre é a voz de Deus (13.26ss).
  • A “amizade” com o mundo é extremamente perigosa para o povo de Deus (25.1-8).
  • Os líderes do povo de Deus têm grandes responsabilidades, por isso as consequências dos seus erros têm o mesmo tamanho – são grandes (20.12).
  • Deus usa o deserto para purificar e preparar o seu povo.
  • Duas passagens extensas no NT baseadas no livro de Números: 1Co 10 e Hb 3.7-4.6.
  • “A circunferência do campo que abrangia o arraial dessa forma e que ficava de frente para o tabernáculo, supõe-se ter tido uns 20 km. Que vista imponente deveria ter sido para quem olhasse de fora e de longe, no meio do deserto, com Deus estendendo-se sobre eles numa nuvem de dia e numa coluna de fogo à noite (9.15-23). Os sapatos não se gastavam, nem suas roupas envelheciam. Imagine 600.000 homens, de vinte anos para cima e ao todo 3.000.000 de pessoas nesse grande arraial! Mas a presença de Deus no meio do arraial era a coisa mais gloriosa”.2
  • A maior parte do livro (bem como do Pentateuco) focaliza vários rituais e detalhes de organização cuja leitura pode ser enfadonha, cuja compreensão é difícil e que aparentemente não têm importância para a igreja do séc. XXI. No entanto, o mero volume de leis rituais no Pentateuco indica a sua importância para os escritores bíblicos. Este juízo é confirmado pelos antropólogos modernos. Para eles a chave para se entender os valores fundamentais de uma sociedade é o seu sistema ritual: “Os rituais revelam os valores em seu nível mais profundo… os homens expressam nos rituais o que mais os comove, e visto que a forma de expressão é convencionada e obrigatória, os valores do grupo é que são revelados. Encontra-se no estudo dos rituais a chave para a compreensão da constituição essencial das sociedades humanas”.3

 

 Rebeldia Humana e Reação Divina

A resposta de Israel à liderança de Moisés e Arão e às exigências da aliança em geral ditou o grau de sucesso ou fracasso que caracterizou a sua jornada pelo deserto. O princípio é claro: sempre que havia obediência irrestrita, havia sucesso ilimitado. Sempre que havia rebelião obstinada, vinha o fracasso. A exigência de compromisso com Deus não é hoje menos real e necessária. O sucesso na vida depende não só de fazer a vontade de Deus, mas de fazê-la da maneira por Ele prescrita.

 

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1 O título grego —- que, sobrevive no título português, enfatiza os dois recenseamentos nele registados (que estão longe de ser o elemento mais importante do livro).

2 Mears, citado por David Merkh.

3 M. Wilson: American Anthropologist, 56, 1954, p.241, citado por Victor W. Turner em The Ritual Process (1969), p.6.


Bibliografia