GÉNESIS

Autor Moisés

Data Entre 1450 a.C. e 1410 a.C.

Frase Chave “Começos”

Verso “Em Génesis tudo começou e Abraão Deus abençoou”.

Versículos chave 12.1-3 (1.1, 3.15)

Propósito Revelar Deus como Criador, Juiz e Redentor do mundo que escolheu o povo de Israel como canal da Sua bênção.

Mensagem A eleição e separação de Israel como povo pactual de Deus deram-se em um contexto de conflito entre o propósito benevolente do Criador e a vontade rebelde das criaturas, a quem Ele pune em justiça e restaura em amor.

Personagens em destaque
Adão, Noé, Abraão, Isaque, Jacó, José

Contribuição para o Cânon (Porque este livro está na Bíblia?)

  • Sem Génesis nós não conheceríamos nada sobre os “começos”.
  • Dá um fundamento histórico, salvífico e teológico para a Bíblia inteira.

Começos em Génesis

  • O mundo
  • A raça humana
  • O pecado
  • A família
  • A promessa de redenção
  • O casamento
  • A civilização
  • As nações
  • A raça hebraica
  • Idiomas
  • O julgamento
  • A dor
  • O sacrifício
  • A poligamia
  • O sábado
  • O governo
  • A morte

Esboço 1

  1. O começo da Raça Humana (1-11)
    1. Criação (1-2)
    2. Queda (3-5)
    3. Dilúvio (6-9)
    4. Nações / Babel (10-11)
  2. O Começo da Raça Hebraica (12-50)
    1. Abraão (12-25)
    2. Isaque (21-27[35])
    3. Jacó (25-36[49])
    4. José (37-50)

Esboço 2

  1. O alvo da criação de Deus: domínio, bênção e relacionamento (1.1 – 2.25)
  2. O pecado, suas consequências e a graça salvadora de Deus (3.1 – 11.32)
  3. Abraão: a obediência da fé (12.1 – 22.19)
  4. Isaque: o elo com as promessas de Deus a Abraão (22.20 – 25.18)
  5. A luta de Jacó pelas promessas (25.19 – 36.43)
  6. A libertação mediante José (37.1 – 50.26)

O Messias (Jesus) em Génesis: A semente…

  • da mulher (3.15)
  • de Abraão (22.18)
  • de Isaque (26.4)
  • de Jacó (28.14)
  • de Judá (49.10)

 

Na verdade, Génesis está de várias maneiras quase que mais perto do NT do que do AT, e de alguns dos seus tópicos mal se ouve falar de novo até suas implicações surgirem plenamente nos evangelhos. A instituição do casamento, a queda do homem, a inveja de Caim, o juízo do dilúvio, a justiça imputada ao que crê, a rivalidade entre os filhos da promessa e da carne, a profanidade de Esaú, o povo de Deus em sua condição de peregrino, são todos eles temas predominantes do NT. Finalmente, há a simetria com que algumas das cenas e figuras dos primeiros capítulos reaparecem no livro do Apocalipse, onde Babel (Babilónia) e “a antiga serpente… o sedutor de todo o mundo” são levados à ruína, e os remidos, conquanto sejam agora veteranos e não inocentes ainda não tentados, voltam a passear pelo paraíso, nas cercanias do rio e da árvore da vida.2

 

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* Datas especificamente mencionadas nas Escrituras (todas as demais são deduzidas)

 

Comparação entre os relatos bíblico e babilónico do Dilúvio

Uma importante e completa história mesopotâmica de dilúvio encontra-se na décima primeira placa da Epopeia de Gilgamés – uma narrativa comovente sobre a busca frustrada da vida eterna por Gilgamés e seu amigo Enkidu. Essa narrativa mesopotâmica do dilúvio não diverge tanto do relato bíblico como ocorre com as histórias da criação. Na verdade, as semelhanças são por demais admiráveis para serem acidentais.

Em ambas as histórias, Deus ou os deuses dão início ao dilúvio por causa do desagrado com a humanidade, mas informam o personagem principal sobre o desastre iminente e aconselham-no a construir uma embarcação enorme coberta com betume, de acordo com dimensões predeterminadas. Em ambas as histórias, o herói e sua família são salvos da inundação de longa duração, e o herói envia um pássaro para ver se as águas do dilúvio haviam baixado. Em ambas as histórias o herói oferece sacrifício e cultua a Deus ou aos deuses após o dilúvio e é elogiado por sua fidelidade.

Por outro lado, a diferença principal entre as duas histórias está na conduta de Deus e dos deuses mesopotâmicos. Na Bíblia, Deus é ultrajado moralmente pela perversidade dos homens. Os deuses na Epopeia de Gilgamés são imaturos, ficam perturbados e perdem o sono por causa dos ruídos que a humanidade faz. Em Génesis, a vontade graciosa de Deus é salvar os que estão na arca. O herói da Epopeia de Gilgamés descobriu o dilúvio que estava por vir contra a vontade da maioria dos deuses. No fim, o herói da Epopeia de Gilgamés tornou-se um deus, algo muito diferente da experiência de Noé em Génesis 9.

Muitos detalhes das histórias, tais como as dimensões da arca e a duração do dilúvio, também são bem diferentes. Essas diferenças são tão importantes que tornam altamente improvável a existência de uma relação literária entre os dois textos. Entretanto, as semelhanças favorecem alguma associação. Uma vez que o dilúvio foi um evento histórico, é plausível que a memória do acontecimento tenha sido preservada pelos sobreviventes e seus descendentes.

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1 Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e desenvolvimento no Antigo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2006

Kidner, Derek. Génesis – Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova, 1999, p.14


Bibliografia