CANONICIDADE (CÂNON BÍBLICO)

Canonicidade (Cânon Bíblico) – É o resultado do estudo que trata do reconhecimento e da compilação dos livros que nos foram dados por inspiração de Deus. É o processo pelo qual a Bíblia recebeu a sua aceitação definitiva. É a inspiração de Deus num livro que determina sua canonicidade. Deus dá autoridade divina a um livro e os homens o acatam. Deus revela e seu povo reconhece o que o Senhor revelou. A canonicidade é determinada por Deus e descoberta pelos homens de Deus. A Bíblia constitui o “cânon” ou “medida” pela qual tudo mais deve ser medido e avaliado pelo facto de ter autoridade concedida por Deus.

 

Os princípios de descoberta da canonicidade

     A Autoridade de um livro: O livro é autorizado – afirma vir da parte de Deus? (Ex. “Assim diz o Senhor…”, “e o Senhor me disse”, “veio a mim a palavra do Senhor”)

     A Autoria Profética de um livro: É profético – foi escrito por um servo de Deus? Os livros proféticos só foram produzidos pela atuação do Espírito que moveu alguns homens conhecidos com profetas (2Pe 1.20,21). A Palavra de Deus só foi entregue a seu povo mediante os profetas de Deus. Todos os autores bíblicos tinham um dom profético ou uma função profética, ainda que tal pessoa não fosse profeta por ocupação (Hb 1.1).

    A Confiabilidade de um livro: É digno de confiança – fala a verdade acerca de Deus, do Homem, …?

    A Natureza dinâmica de um livro: É dinâmico – possui o poder de Deus que transforma vidas? O quarto teste de canonicidade, às vezes menos explícito do que alguns dos demais, era a capacidade do texto de transformar vidas: “… a palavra de Deus é viva e eficaz…” (Hb 4.12). O resultado é que ela pode ser usada “para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça” (2Tm 3.16,17).

     A Aceitação de um livro: É aceito pelo povo de Deus para o qual foi originalmente escrito – é reconhecido como proveniente de Deus?

 

Fixação do Cânon

     Antigo Testamento – 400 a.C. – De acordo com Josefo (Contra Ápion, I,8) e com o Talmude, a sucessão de profetas encerrou-se com Malaquias nos dias de Neemias. Assim regista o Talmude: “Depois dos últimos profetas, Ageu, Zacarias e Malaquias, o Espírito Santo apartou-se de Israel”. Além disso, jamais o NT cita algum outro livro, depois de Malaquias, como autorizado.

     Novo Testamento – 397 d.C. – Atanásio (c. 373 d.C.), o Pai da Ortodoxia, relaciona com clareza todos os 27 livros do NT como canónicos (Cartas 3,267,5). Dentro de uma geração, tanto Jerónimo quanto Agostinho teriam confirmado a mesma lista de livros, de modo que os 27 livros permaneceram no Cânon aceito do NT (v. Agostinho, Da doutrina cristã, 2.8.13).

O Testemunho de apoio ao cânon do NT não se limitou a vozes individuais. Dois concílios locais ratificaram os 27 livros canónicos do NT – Os concílios de Hipo (393 d.C.) e de Cartago (397 d.C.).

 


Bibliografia